Filipe Souza - Estratégias Digitais - BLOG

Metal Zone: mais de uma década falando sobre metal

Metal Zone
Metal Zone

Caramba! Outro dia que me dei conta disso. O Metal Zone fará treze anos de existência. É muito tempo para um site que mantenho sozinho. Bem, uma vez ou outra algum dos meus melhores amigos me ajuda com material. Porém são os 95% do tempo que eu faço tudo.

O Metal Zone tem uma história engraçada e tudo começou bem no início do século. Nossa que parágrafo mais antigo! Mas tudo bem, vamos lá.

No início do ano 2000 eu estava acabando um curso de web design que fiz no INFNET e em março consegui um emprego na cidade de São Paulo, já que no Rio de Janeiro não havia mercado para essa área.  Comecei trabalhando em uma empresa onde meu chefe direto e o chefão do setor eram dois idiotas.  O meu chefe direto não gostava de carioca e queria fazer de tudo pra eu ser mandado embora, o que felizmente aconteceu com ele primeiro! E o chefão do setor de informática era um idiota egocêntrico.

Cansado de todo aquele clima eu comecei a procurar emprego em SP, mas precisava ter um portfólio, o que eu não tinha. Na empresa que eu estava só fazia manutenção do site deles.  Então decidi fazer um site sobre a banda finlandesa Sentenced, que eu acabara de ouvir e ficar hiper fã deles.  Então pesquisei na internet sobre a banda, isso em uma época pré Google, já que o buscador não era o monstro que é atualmente.

Através de traduções, pesquisas com entrevistas sobre a banda, resenhas estrangeiras de shows e fotos, montei um bom acervo sobre a banda.

Depois do conteúdo pronto veio o trabalho de design, ou seja, criar o site mesmo. Com o photoshop em mãos fui desenhando o layout do site e em três dias estava pronto.  Hospedei o site na finada HPG e criei um redirecionamento de domínio no CJB.net .

Depois do site pronto e o conteúdo todo editado e publicado, era o momento de divulgar o trabalho. Comecei a divulgar o site em chats, fóruns e mandar emails para pessoas ligadas a mídia sobre heavy metal. Até que um dia ninguém mais ninguém menos do que o Ricardo Batalha, que é o editor chefe da Roadie Crew leu meu email e visitou o site. O cara me respondeu parabenizando o trabalho e me deu a dica para entrar em contato com a banda e a gravadora.  O Batalha me passou os contatos e mandei os emails.

Em alguns dias ninguém mais ninguém menos do que Miika Tenkula (guitarrista e um dos mentores do Sentenced) respondeu meu email me felicitando pelo site e algum tempo depois meu site foi incluído na seção de links no site oficial do Sentenced como primeiro site em língua portuguesa sobre a banda.

O site brasileiro sobre a banda cresceu muito, fiz muitas amizades através do site. O livro de visitas do site bombava de elogios e tinha gente que achava o meu site mais legal do que o site oficial da banda.

Só que eu precisava de mais um trabalho para enriquecer meu portfólio. E em 2000 começaram a se popularizar sites sobre metal, conhecidos como webzines – nome que eu odeio, pois para mim zine é algo artesanal e mal feito.

O Whiplash foi um dos pioneiros em meados da década de 90, mas em 2000 alguns outros surgiram, mas nenhum deles falavam sobre as bandas que eu gostava e era fã como: Type O Negative, Artch, Malice, Iron Angel, WASP, Sanctuary, Carnivore, entre outras.

Nessa época eu mandei alguns textos para o Whiplash sobre o Iron Angel, que nunca foram publicados e tinha muita burocracia para a publicação de material.  Então decidi eu mesmo criar um portal onde pudesse escrever sobre essas bandas, já que com o site do Sentenced eu acabara de adotar a escrita e a pesquisa como minhas novas paixões além do design e do desenvolvimento web.

Em agosto de 2000 surgia o Metal Massacre, a primeira versão do Metal Zone. O design do site era todo em azul escuro, justamente para fugir do preto que infestava os sites sobre metal.  Mas eu não gostava do nome Metal Massacre, achava complicado para ler e meio grande demais.  Então em uma madrugada fria de agosto na capital paulista, eu estava assistindo um seriado antigo chamado Twilight Zone. Pronto! Na mesma hora pulei da poltrona e disse: METAL ZONE!

Foi em setembro que a primeira versão do Metal Zone ficou online através dos servidores gratuitos da HPG.  O site trazia pouco conteúdo, como as resenhas de CDs do meu acervo particular, biografia das minhas bandas favoritas e papeis de parede que eu mesmo fazia.  Aos poucos o site foi ganhando notoriedade e os acessos foram crescendo.

Só em julho de 2001 que eu consegui registrar o domínio metalzone.com.br, já que na época existia muita burocracia para o registro dos domínios. Era necessário ter CNPJ e o registro custava uns R$ 90,00, eu acho. Agora não lembro muito bem o valor.  Usei o CNPJ do pai da minha ex namorada Paula Guedes.

E foi graças aos conhecimentos jornalísticos da Paula, que era estudante de jornalismo na época que me ensinou o que era pauta, release, presskit, credenciamento entre outros jargões jornalísticos que passaram a fazer parte do meu mundo.

Em julho o Metal Zone já estava em um servidor pago e usando ASP como linguagem de programação.  Ainda sem banco de dados, o conteúdo era todo atualizado na unha!

Nesse período algumas gravadoras já me mandavam material para resenha no site como a Hellion, Xtreem Music da Espanha e a Spinefirm da Finlândia.  Um ponto alto do Metal Zone foi a entrevista com a banda finlandesa Children of Bodom que culminou em um papo bem legal com o grupo pessoalmente em sua passagem pelo Brasil em 2001. E depois algumas trocas de emails.

No início de 2003 voltei para o Rio de Janeiro e passei a estudar PHP e passei o Metal Zone todo para PHP utilizando banco de dados MYSQL. De agora em diante todo o conteúdo do site era armazenado em um banco de dados, editado e atualizado em tempo real, sem a necessidade de criar paginas para cada texto.

Ter criado um sistema para administrar o site me deu muito mais dinamismo e tempo para eu focar no conteúdo do site. Sendo assim eu escrevia muito mais material, sejam biografias, resenhas e entrevistas.

Em meados de 2004 o Metal Zone já contava com um acervo com cerca de dois mil textos, entre resenhas de CDs, resenhas de shows, biografias, entrevistas, resenhas de DVDs, artigos diversos sobre metal.  Com ajuda do meu melhor amigo Henrique Linhares, o conteúdo do site bombava de material novo e principalmente as discografias comentadas.

Mas nem tudo são flores, em agosto de 2004 a empresa de hospedagem onde eu armazenava o banco de dados do Metal Zone e os trabalhos de vários clientes meus simplesmente perdeu todos os dados e teve sua conta excluída.

Em 2004 o cenário de internet era ainda precário no Brasil. O dólar estava absurdamente alto e muitas pessoas com dinheiro alugavam servidores nos EUA e revendiam no Brasil a hospedagem como se os servidores estivessem aqui. Uma prática comum até hoje.

Só que não tem como saber se a pessoa por trás da empresa fictícia de hospedagem é um profissional ou um amador.  E no meu caso era um garoto de 16 anos.  Esse garoto se passava por uma empresa de hospedagem e ele usava o servidor para outros fins, que não faço ideia quais eram.  A empresa americana de hospedagem simplesmente excluiu todo o conteúdo do servidor.

Meu ato falho foi que eu não tinha backups e todo o material do site foi perdido. Imediatamente perdi as mais de quatro mil visitas diárias e não conseguia em tempo hábil recuperar todo o conteúdo do site sozinho.  Ainda penei alguns meses hospedando o Metal Zone em empresas pra lá de fraudulentas e incapazes de manter o site online.

Foi em 2005 que eu consegui achar uma empresa de qualidade. Passei a hospedar o Metal Zone e os sites dos meus clientes na empresa americana Dreamhost.  Trabalho com eles até hoje e nunca tive problemas com meus trabalhos. Atualmente hospedo mais de 200 sites na Dreamhost.

Com casa nova decidir mudar o layout do Metal Zone.  O site até então tinha um cor para cada seção, era feito utilizando tabelas o que dificultava a manutenção e tinha a navegação na horizontal.

Em julho de 2005 foi para a internet uma nova versão do Metal Zone, já sem tabelas e utilizando CSS e javascript em suas páginas.  A linguagem de programação ainda era PHP com MYSQL.  A cor do site passou para um cinza escuro e o mascote do site ganhou um pouco mais de destaque junto ao logotipo.

Entre os anos de 2004 e 2007 a Nuclear Blast, Hellion, Spinefarm e Xtreem Music davam suporte com material para o site. E passei a cobrir diversos shows e eventos pelo país.

Em 2008 precisei pausar as atualizações do site para me dedicar ao ultimo ano da minha faculdade de jornalismo e a monografia.  Em 2009 refiz o banco de dados do Metal Zone melhorando o dinamismo das seções e evitando algumas duplicidades de dados. Além de trazer alguns recursos das redes sociais para o site.

Em abril de 2010 uma versão totalmente nova do Metal Zone foi para a internet. O logotipo do site ganhou ares de brasão e o mascote ficou mais em evidência.  Todo o conteúdo antigo do site precisou ser readaptado para a nova estrutura e muita coisa ainda não foi republicada.

Muitas bandas antigas que eu curto aos poucos foram reintroduzidas ao site, já que essa foi a proposta inicial do Metal Zone.  Em 2011 um amigo de longa data entrou na equipe para escrever principalmente sobre NWOBHM foi o Luis Ribeiro.

Atualmente o Metal Zone é um hobbie, nunca ganhei um tostão furado com o site, ao contrário já devo ter gastado uns vinte mil reais com hospedagem, horas de trabalho e tecnologia para manter o site.  Mas é um trabalho bacana o qual não pretendo largar tão cedo.

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