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Metallica – A Biografia – pt. 01

Escrevi essa resenha para o Metal Zone. Então você pode conferir no link: http://www.metalzone.com.br/site/materias/artigo.php?sec=7&cod_materia=159 ou ler aqui. Segue abaixo o texto na íntegra:

 

Ser fã de rock e metal em geral é muito mais do que apenas ouvir música.  É ser parte de um universo inimaginável para um cidadão comum. Quando digo cidadão comum, não é “diminuir” quem não ouve esse estilo musical ou enaltecer os que escutam. É apenas qualificar de uma forma singular os fãs do estilo. Gostar de rock e metal geralmente significa uma busca quase infinita para ouvir bandas novas, garimpar CDs e LPs clássicos, para aprender a tocar um instrumento, conhecer detalhadamente a história de cada grupo do qual se é fã.

E esse lançamento literário da Editora Globo surge como uma enciclopédia do heavy metal, thrash metal e da New Wave of Britsh Heavy Metal (NWOBHM), a nova onda do metal britânico, que tomou de assalto o mundo no início da década de oitenta e destronou o punk, dando visibilidade para novas bandas que surgiam em resposta ao “estilão” básico de três acordes: Iron Maiden, Def Leppard, Venom e Saxon, foram alguns de seus representantes.

O livro Metallica – A Biografia, não é apenas uma simples obra literária que contará a história da maior potência do heavy metal mundial. Vai muito além. É um trabalho tão rico em histórias, relatos e informações sobre heavy metal, que o Metal Zone decidiu destrinchar essa obra em uma série de artigos.

Trinta anos após a sua criação, o Metallica é hoje uma instituição dentro da música pesada. Seus discos ainda vendem sem nenhum esforço publicitário. Os shows da banda são sempre em arenas enormes e produções dignas da popularidade do grupo.

E para contar esses trinta anos de evolução meteórica, o conceituado jornalista britânico Nick Wall encarou a empreitada de relatar em mais de 400 páginas toda essa jornada musical. São entrevistas, memórias do próprio jornalista e informações de diversas fontes, como ex-integrantes, empresários, gravadoras, membros de outras bandas, jornalistas, etc…

O livro começa contando de forma dramática a maior perda para o grupo, a morte do baixista Cliff Burton. Depois o jornalista relata a história de Lars Ulrich, desde sua adolescência (rica e bem estruturada), a mudança para os EUA e seu amor pela NWOBHM, que também o levou para uma viagem pela Europa e uma estadia em Londres para conhecer seus ídolos. E para lutar com unhas e dentes pelo nascimento do Metallica. O jornalista vai a fundo em sua personalidade e seu caráter determinado.

É por esse caminho, que o autor detalha a criação e popularização da NWOBHM. O jornalista cita diversas bandas do gênero, e seus principais lançamentos. O autor também resume como se deu a criação do Iron Maiden, ícone maior da NWOBHM.

Mick esmiúça que o encontro entre James Hetfield (vocal/guitarra) e Lars Ulrich (bateria) foi muito mais complexo do que as biografias encontradas na internet traduzem.  E foi mais complicado do que simplesmente atender um anúncio de jornal. Mick Wall conta como era o cenário musical de Los Angeles e a dificuldade para encontrar músicos que gostassem dessa tal NWOBHM.

Nas 100 primeiras páginas o autor relata como se deu o encontro da primeira formação do grupo: James Hetfield (vocal/guitarra), Lars Ulrich (bateria), Ron McGovney (baixo) e Dave Mustaine (guitarra). A personalidade de cada músico, o ambiente familiar em que se encontravam e toda a dificuldade que Lars teve para fazer um bando de jovens antissociais em se tornarem uma banda.

Logo nos primeiros capítulos o leitor entenderá melhor a personalidade de Lars e a liderança que ele e James exercem indiscutivelmente na banda. Os leitores entenderão também que o sucesso meteórico do grupo não se deu da noite para o dia, sem lutar ou passar muita fome. Mick Wall fornece tanta informação sobre a banda, as dificuldades vindas de todos os lados, seja ela financeira, de convivência, que é impossível não se emocionar e vibrar com cada ponto marcado por Lars, James e seus amigos durante  a trajetória do grupo.

Fica impossível para quem é fã da banda não tratar de forma pessoal as mancadas de Dave Mustaine e até torcer para ele ser mandado embora da banda logo.  Sem deixar de reconhecer todas as qualidade e contribuições mais do que significativas que o ruivo deixou no Metallica. Dave Mustaine apresentava mais uma ameaça à liderança totalitária exercida por Lars Ulrich e James Hetfield do que um problema por seu alto consumo de drogas e bebidas.

No decorrer da leitura é possível entender todo o modus operandi do grupo para compor, fazer shows, e enfrentar todos os percalços de uma trajetória meteórica.

Apesar de o livro ser traduzido, os tradutores Daniela Pires, Leandro Woyakoski e Marcelo Barbão não deram bola fora em relação aos gêneros musicais, nomes das bandas e mais algumas informações, que soam como um jargão do estilo e que não precisam de tradução. Um trabalho muito bem feito por parte deles.

Se um dia houver um vestibular sobre metal, sem dúvida Metallica – A Biografia estará como leitura obrigatória e fonte essencial de informação.

No próximo artigo abordaremos as bandas que são citadas no livro e suas participações direta e indiretamente na trajetória do Metallica. Aguarde!

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