Filipe Souza - Estratégias Digitais - BLOG

Ozzy Osbourne + Korn + Black Label Society

03/04/2008
Local: Rio de Janeiro – HSBC Arena

Após treze anos desde a última apresentação de Ozzy em terras brasileiras, a noite de quinta-feira prometia muita diversão aos nove mil fãs ensandecidos que compareceram ao HSBC Arena, localizado na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.

Já no final da tarde, um exército de adolescentes e muitos jovens acima dos 30,40 e 50 anos, se dirigiam para o local do show. Mesmo com a iminência de desabar um aguaceiro torrencial. Isso não foi o suficiente para desanimar ninguém a comparecer. Pessoas de todas as partes da cidade do Rio de Janeiro, do interior e de outros estados como: Minas Gerais, Espírito Santo e do Nordeste, se aglomeravam dentro e fora da arena. A massa de preto já lotava as imediações do HSBC Arena, um local muito bem escolhido para a realização do show. A “arena” possui uma infra-estrutura de primeiro mundo, fácil acesso, acústica ótima e possibilita uma boa visão do espetáculo, mesmo das arquibancadas laterais.

No horário previsto, por volta da 20:20, o Black Label Society subia ao palco para um show mortal e cheio da “marra” por parte do guitarrista e líder da banda, Zakk Wild.

Zakk, que também é musico da banda principal de Ozzy, deu um show a parte com suas encenações e virtuosismo das seis cordas. A banda que até pouco tempo não me chamava muita a atenção, esbanjou técnica, peso e energia.

Todos os músicos são excelentes, mas é lógico que as peripécias de Zakk chamaram a atenção de todos por ali. Além de Zak, o guitarrista Nick Catanese também alegrou os fãs da “ala direita” do palco, esbanjando simpatia e distribuindo paletas a vontade para quem estava mais próximo à grade de proteção.

O Black Label Society veio para divulgar seu último trabalho de estúdio, o excelente “Shot to Hell”, lançado no Brasil em 2006 pela gravadora Nuclear Blast. O setlist do show, apesar de curto, teve muitas músicas desse último cd. Ao vivo as músicas são tão pesadas e ensurdecedoras quanto no cd.

Depois da apresentação fulminante do Black Label Society, o palco foi rapidamente desmontado para a entrada do Korn. A banda (pogobol, clique aqui para saber o que é um pogobol, caso você não tenha vivido a década de 80 ou brincado com um ) fez uma apresentação um pouco mais longa, agradou seus fãs e saiu.

A ansiedade tomou conta de todos na arena. Os fãs de Ozzy, se espremiam em frente ao palco. No telão atrás da bateria, o logo com o nome do vocalista causava arrepios aos jovens fãs, que histéricos, entoavam em uníssono: “Olê, Olê, Olêeeee, Ozzê, Ozzê”. E o Mr. Madman, provocativo como ele só, incitava cada vez mais o público, por trás do palco, pelo microfone, repetia o coro: “Olê, Olê, Olêeeee”, e o público respondia: Ozzê, Ozzêeeeee.

As luzes se apagaram e nos telões uma brincadeira já costumeira de Ozzy. O vocalista gosta de usar cenas de filmes clássicos e aparecer na cena como personagem. E dessa vez usou Piratas do Caribe 3, apareceu como Jack Sparrow, e ainda mordeu a cabeça de um papagaio. Brincou embaixo das saias da Rainha Elisabete, fez parte da Família Soprano, Lost, entre outras que divertiram muito o público.

Quando Carmina Burana eclodia nos alto falantes, já se sabia que o espetáculo seria magistral. E assim foi quando o Madman saiu correndo para saudar seu público e vice versa.

O show abriu com “I Dont Wanna Stop”, segunda faixa do álbum Black Rain, lançado em maio de 2007. Depois foram muitos clássicos da carreira do quase sessentão.

Após a música de abertura, Ozzy e banda fizeram uma seqüência arrepiante com: Bark at the Moon, Suicide Solution e Mr. Crowley. E quando você achava que o sonho não poderia ficar melhor, fecharam a primeira parte do set com: War Pigs e Crazy Train, essa última levou o público ao delírio.

Para quem acha que Ozzy não é nada mais do que aquela figura caricata que o tornou ainda mais famoso no seriado The Osbournes, pode rever seus conceitos. Ao vivo o vocalista mostra porque é considerado o pai do heavy metal e um verdadeiro e único showman. Ozzy tem o público em suas mãos. Se o Madman pede para que gritem, seus súditos atendem, se pede para que pulem, mais uma vez é atendido, se pede para cantarem junto com ele ou que façam barulho o quanto puder, ninguém pensa um segundo sequer: – Faz.

Antes de dar início a segunda parte do set, um solo de guitarra sem igual e mais uma vez cheio de “marra” do animalesco Zakk Wild, o cara (Zakk) parece uma mistura de caminhoneiro/motoqueiro e viking.

E Zakk é uma fera mesmo. Depois de atacar em um show sem igual com o Black Label Society, ainda teve muita lenha para queimar tocando com Ozzy e fazendo um excelente solo de quase cinco minutos. O solo de Zakk teve direito a tocar com a guitarra atrás das costas, com a boca, sentado e só faltou plantar bananeira.

Sem perder tempo e com mais baldes de água para o público, Ozzy vem com um clássico do Black Sabbath: Iron Man. Em No More Tears o baixo do ex White Zombie, Rob Nicholson (Blasko) deu alguns problemas, que foram muito bem contornados com o carisma sem igual de Ozzy. Baixo consertado e os primeiros acordes de “No More Tears” ensandeceram os fãs que cantaram cada frase.

Mais uma faixa do novo trabalho de Ozzy, a oitava musica do cd “Here for You” fez os ânimos se acalmarem um pouco, mas “I Don’t Want To Change The World” e “Mamma I’m Coming Home” foram seqüências perfeitas.

E para fechar a noite com chave de ouro, Ozzy pede mais a participação do público e grita: – Paranoid. Pronto! O que sobrou do HSBC Arena iria desmoronar agora. Zakk mandou ver nos primeiros riffs de um dos clássicos do Black Sabbath, enquanto a cozinha certeira formada pelo ex Faith No More, Mike Bodin na bateria e o ex White Zombie – Blasko no baixo deram mais uma vez conta do recado.

Ao final de Paranoid, um pequeno incidente poderia ter tirado o brilho da noite, quando Zakk solta a guitarra em cima do publico, e alguns fãs tomam o instrumento do guitarrista, que pula no meio da galera para resgatar sua preciosidade, mas a guitarra volta destruída às mãos de Zakk Wild.

A banda se despede e o público fica a ver navios, já que na empolgação que Ozzy estava, com certeza caberia mais uma música para fechar a noite.

Enfim, são coisas que só acontecem no Rio mesmo. Lembram do episódio com o Iron Maiden em 1996? Quando a banda saiu do palco sem cantar o bis?

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